Brasil terá vacina contra bronquiolite no SUS a partir de dezembro; gestantes serão prioridade

27 de novembro de 2025

O Ministério da Saúde confirmou a compra de 1,8 milhão de doses da vacina contra o Vírus Sincicial Respiratório (VSR), causador da bronquiolite, com início da aplicação já em dezembro de 2025 na rede pública. O primeiro lote — composto por 673 mil doses — começa a ser enviado aos estados ainda nesta semana.

Público-alvo e eficácia

A imunização será inicialmente voltada a gestantes a partir da 28ª semana de gravidez. A proteção adquirida pela mãe é transferida ao bebê, garantindo defesa nos primeiros meses de vida — fase de maior risco. Estudos clínicos apontam eficácia de 81,8% na prevenção de quadros respiratórios graves em recém-nascidos.

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A meta do governo federal é vacinar ao menos 80% do público previsto nesta primeira fase. Outras 4,2 milhões de doses serão adquiridas gradualmente até 2027.

Produção nacional e custo

Enquanto na rede privada o custo da vacina pode ultrapassar R$ 1.500 por aplicação, no SUS ela será oferecida gratuitamente após acordo tecnológico entre Pfizer e Instituto Butantan, que permitirá a transferência de produção para o Brasil. O investimento inicial do governo para aquisição das doses é de R$ 1,17 bilhão.

Distribuição do primeiro lote por estado

O primeiro envio totaliza 673 mil doses, com distribuição proporcional ao público estimado de gestantes. São Paulo receberá a maior quantidade (134.555 doses), seguida de Minas Gerais (62.165) e Rio de Janeiro (46.720). Estados com menor população, como Roraima (3.490) e Amapá (3.460), também estão contemplados.

Impacto epidemiológico

O VSR é responsável por cerca de 75% dos casos de bronquiolite e 40% das pneumonias em crianças menores de dois anos. Em 2025, o Brasil registrou 43,1 mil casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave provocados pelo vírus — mais de 82% das hospitalizações ocorreram em crianças abaixo de dois anos.

Posicionamento institucional

Com a estratégia de imunização focada nas gestantes e a ampliação da oferta no SUS, o Ministério da Saúde espera reduzir significativamente internações de bebês e aliviar a rede hospitalar durante os períodos de maior circulação viral.

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