Alagoas registrou o segundo maior volume de exportações de produtos lácteos entre os estados nordestinos no primeiro semestre de 2025, de acordo com levantamento do Escritório Técnico de Estudos Econômicos do Nordeste (Etene), ligado ao Banco do Nordeste.
Entre janeiro e junho, o estado enviou ao exterior 29,6 toneladas de derivados do leite, o que representa um crescimento de 54% em relação ao mesmo período do ano passado, quando foram exportadas 19,2 toneladas. Em valores, as vendas renderam US$ 121,2 mil, equivalentes a aproximadamente R$ 651,1 mil. Apenas o Maranhão superou Alagoas no ranking regional, com exportações de US$ 136 mil (cerca de R$ 730,9 mil).
No total, a região Nordeste exportou 119,4 toneladas de produtos lácteos, uma queda de 12,5% em relação ao primeiro semestre de 2024, quando o volume chegou a 136,5 toneladas. Mesmo assim, o Etene destaca a importância econômica dessas vendas, considerando o valor agregado que representam para o setor. O total arrecadado pelas exportações de lácteos na região chegou a US$ 394,1 mil — cerca de R$ 2,1 milhões.
O estudo aponta que, além de Alagoas, estados como Bahia, Pernambuco e Ceará devem se destacar nos próximos anos, não apenas pelo aumento da produção, mas também pelo fortalecimento da participação no mercado interno e externo.
Importações
Apesar do desempenho nas exportações, Alagoas aparece em penúltimo lugar entre os estados nordestinos no ranking de importações de produtos lácteos, com desembolso de R$ 2,3 milhões no período. Pernambuco lidera nesse segmento, com movimentação de R$ 216,4 milhões. No Nordeste como um todo, o volume importado cresceu 51,09%, atingindo US$ 68,83 milhões, equivalentes a cerca de R$ 369,5 milhões.
Segundo o Etene, a crescente demanda não atendida torna o mercado de lácteos da região atrativo para empresas âncoras, que buscam expandir a produção e estruturar a cadeia produtiva.
O estudo também alerta sobre os impactos da recente política tarifária dos Estados Unidos, principalmente sobre os derivados de leite. Apesar de representar menos de 10% do volume exportado e cerca de 15% do valor arrecadado de janeiro a junho de 2025, a tarifação pode reduzir a competitividade do setor brasileiro, afetando o acesso a insumos e tecnologias. O Brasil, segundo o levantamento, mantém negociações e busca novos mercados para equilibrar a balança comercial de lácteos.






