O anúncio feito pelo governador da Bahia, Gerônimo Rodrigues. A construção de uma ponte entre a capital baiana e a Ilha de Itaparica, está sendo comemorada pelos soteropolitanos.
De acordo com Gerônimo, a obra que tem previsão de início para o primeiro semestre desse ano, terá novo orçamento. A primeira estimativa de custos era de R$ 5 bilhões, corrigida posteriormente para R$ 9 bilhões, mas, segundo o governador, em virtude do aumento de preços das matérias-primas na pandemia, há a necessidade de um novo processo orçamentário.
A notícia foi recebida como um presente para os frequentadores das ilhas paradisíacas nos feriadões, mas ressuscitou um antigo problema de Paulo Afonso (Norte do Estado). A cidade que faz fronteiras com os estados de Alagoas, Pernambuco e Sergipe, possui uma única via de entrada e saída. A ponte sobre o canal da hidrelétrica PA IV, construída pela Chesf, na década de 1970, é cenário constante de engarrafamentos e acidentes, muitos com vítimas fatais.
Não faltam provas suficientes da necessidade de uma nova ponte, mas falta postura dos porta-vozes entre a população e o Governo. O assunto é discutido em anos de campanha eleitoral, mas, depois da eleição volta para a gaveta, onde permanece até a campanha seguinte.
Um projeto de construção de uma segunda ponte já foi apresentado à Chesf, no primeiro mandato de Rui Costa como governador da Bahia. Porém, a empresa que na época era 100% estatal e estava sob o comando do MDB, impôs uma série de condições que impossibilitaram a realização.
A volta de Lula à Presidência da República, reacendeu a esperança de uma nova negociação. Embora, com a privatização, o Governo Federal detenha apenas 40% das ações da Eletrobras, é possível que a postura de líder do petista ainda funcione.
Enquanto isso não acontece, a população de Paulo Afonso convive com o caos decorrente da ponte mal planejada, sem espaço suficiente para carros, carroças, motos e bicicletas.
Com uma população que passa de120 mil habitantes, o movimento diário de veículos e pedestres na cidade supera o de qualquer município circunvizinho.
Privilegiada pela localização geográfica, e com um surpreendente crescimento populacional e comercial, a Capital da Energia ainda não vê um final feliz para seu mais antigo drama.
