Suspeito foi detido na Zona Norte de São Paulo; investigações ligam esquema a casos recentes de intoxicação por metanol.
A Polícia Civil de São Paulo prendeu, nesta sexta-feira (3/10), um homem apontado como um dos principais fornecedores de materiais utilizados na produção de bebidas alcoólicas adulteradas. A prisão ocorreu na Zona Norte da capital, onde policiais do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) encontraram dezenas de itens usados nas falsificações em dois imóveis ligados ao suspeito. A identidade dele não foi divulgada.
Segundo as investigações, o homem comercializava desde garrafas, tampas, rótulos, caixas de embalagem até selos de IPI falsificados para simular a autenticidade das bebidas. A polícia acredita que o material abastecia diversas regiões do estado, especialmente o interior.
Rede de falsificação
De acordo com o Deic, o suspeito teria montado uma rede para comprar garrafas de uísque, vodca e gin, que eram lavadas e reutilizadas. Em seguida, recebiam rótulos falsos, tampas, selos de autenticidade e embalagens similares às originais, possibilitando a distribuição como se fossem produtos legítimos.
Todo o material foi apreendido, e o detido responderá por crimes contra a propriedade industrial e contra as relações de consumo.
Ligação com intoxicações por metanol
A polícia investiga ainda se o metanol, substância altamente tóxica, teria sido usado na higienização de garrafas falsificadas antes do envase das bebidas. Essa é a principal linha de apuração diante do aumento de casos de intoxicação e mortes registradas em São Paulo nos últimos dias.
Fontes ouvidas pela TV Globo apontam que fábricas clandestinas estariam utilizando metanol puro ou misturado ao etanol para limpar e desinfetar vasilhames reaproveitados. O Brasil, no entanto, não produz metanol, e a origem da substância segue em investigação.
Rota das bebidas
As apurações começaram a partir da análise do caminho percorrido pelas bebidas consumidas pelas vítimas. A polícia passou por bares onde ocorreram os primeiros casos de intoxicação, seguiu até distribuidoras responsáveis pelo fornecimento e, em seguida, chegou às fábricas clandestinas.
O caso segue sob investigação, e novas prisões não estão descartadas.






