A divulgação de uma live realizada por um estudante de medicina, na véspera do segundo dia de provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), provocou uma onda de questionamentos e pedidos de anulação nas redes sociais. O motivo: as questões apresentadas pelo estudante durante a transmissão seriam idênticas às que apareceram no exame aplicado no domingo.
O vídeo, que circula amplamente desde então, mostra o estudante apresentando uma lista de supostas “apostas” sobre o que poderia cair na prova. No entanto, diversos candidatos afirmam que não se tratava apenas de previsões — mas de questões com enunciados, gráficos e alternativas iguais às vistas no exame oficial. A semelhança levou participantes de todo o país a cobrar esclarecimentos do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), autarquia responsável pelo Enem.
Nos perfis oficiais do órgão, milhares de comentários passaram a pedir a investigação do caso e, em muitos casos, a própria anulação da prova do segundo dia. Para os candidatos, a coincidência ultrapassa o campo da probabilidade e compromete a isonomia do processo seletivo.
O estudante apontado como autor da live se manifestou após a repercussão. Ele afirma não ter tido acesso prévio ao conteúdo da prova do Enem e argumenta que utilizou questões do “Prêmio Capes Talento Universitário” como base para criar exercícios próprios para seus alunos. Segundo ele, o objetivo da transmissão era apenas sugerir temas e formatos que costumam aparecer no exame.
Apesar da explicação, a polêmica continua repercutindo e já mobiliza estudantes, professores e especialistas em educação. A principal preocupação é a possível quebra de segurança no processo de elaboração e aplicação da prova — ponto que o Inep ainda não detalhou publicamente.
Até o momento, o órgão não confirmou abertura de investigação sobre o caso, mas os pedidos de esclarecimento crescem a cada hora. Para muitos candidatos, a credibilidade do exame depende de uma resposta rápida e transparente.






